Sua Cultura


A cidade de Jacobina tem evoluída bastante, e com o tempo a nossa cultura tomou um novo rumo, ou seja, alguns costumes que outrora eram praticados, agora se encontram em extrema extinção. Antigamente o povo Jacobinense se demostravam mais cultos, no sentido de cultivar certas tradições, como por exemplo: as Festas juninas que hoje quase não se vê, a comemoração da Semana Santa com várias brincadeiras como: o “Pau-de-cebo”   o “quebra-cabaça”,  o “Judas” e a “Roça”, dentre muitas outras tradições.

                                                                   Fotos ilustrativas:




Veja trechos dos escritos do Prof. Walfredo, falando sobre o Folclore Jacobinense:


                                                       "Lendas, Crendices e Superstições"

No interior do Nordeste brasileiro é comum o sertanejo contar "causos" sobre os cavaleiros sem cabeça que aparecem à noite nas estradas. Lobisomem que surgem durante as noites de luar, sempre de quinta para sexta-feira. Caiporas que saltam repentinamente assustando a todos, e muitas outras, que não cabe nesse relatório. Além desses, os tesouros enterrados e emparedados, também são muitos comuns nas zonas tradicionais de antigos casarões de fazendas, tesouros quase sempre encontrados depois de uma pessoa sonhar, com aquele que possuía tais valores. Depois de falecido, o antigo proprietário vem mostrar onde enterrou o tesouro. Aquele escolhido não pode revelar o sonho, porque se assim proceder, só encontrará carvão.
Em Jacobina, pelo que se sabe, a tradição africana que na antiga ruinada casa da Velha Liduvina situada ao lado do barreiro de nome da mesma proprietária, não se sabe quando, alguém retirou "um pote com valores" (talvez moedas antigas de ouro). Há, também um caso idêntico de um escavado uma forma de uma vasilha redonda, embaixo de um Velho umbuzeiro denominado "umbuzeiro do Estevo" e assim outros tantos locais suspeitos de tesouros encantados em nosso município.

                                                                                           Supertições:
Por vezes, se misturam a fé e o fanatismo, chegando a crenças ridículas e absurdas.
No sertão do Piauí, inclusive em nosso meio destacam-se: Urutau ou Mãe-da-Lua, A Acauã, O vimvim, O Rasga Mortalha; Não passar por baixo de tavancos de porteiras; Salgar a Oncinha Para Comer Carne e a visita de Cova.

O Urutau tem seu canto forte e triste. O som imitado por essa ave, assemelha-lhe ao nome Cosme; daí surge à crença. Cosme era o esposo da Mãe-da-Lua. Em uma noite de Lua Cheia, saiu para passear pela floresta e nunca mais retornou ao lar. O Urutau repete o seu canto de saudade chamando de volta seu esposo: Cosme! Cosme! Cosme! Cosme!
A Acauã: é uma ave de rapina da família dos falcônidas semelhante ao gavião. Têm o peito com penas brancas, lombo marrom, cabeça bem desenvolvida e bico voltado para baixo; alimenta-se de pequenos animais como ratos, pequenas cobras, insetos, etc. Seu canto também é triste, inspirando tristeza nas pessoas supersticiosas, elas sentem-se tomadas por profundo pressentimento que, alguém de sua família, morreu ou que ainda, alguma pessoa que se encontra longe da família morreu ou está moribunda. Se a acauã estiver sobe uma árvore seca, na certa é morte. Se cantar em cima de árvore verde é chuva, e assim a supertição vai difundindo. O Vivim ou Vim-Vim, outra ave de pequeno porte, com plumagem amarelada com marrom claro, também comum em nosso município. O som imitado por essa ave, parece dizer: Vem vindo, Vem vindo, Vem Vindo, e por isso mesmo o sertanejo acredita que alguém que estar fora da família, poderá voltar rapidamente, ou outra pessoa qualquer, que poderá visitá-lo.
Há pessoas no interior que crêem tanto no canto do vim-vim, que se apressa em colocar água no fogo para fazer o café e servir ao possível visitante.
O Rasga Mortalha: - É considerado também uma ave agourenta, somente porque, segundo alguns, o seu canto faz um ruído semelhante ao rasgar de um pano novo, quando se rasga para fazer, por exemplo, uma mortalha. Acredita-se que essa ave passando durante à noite e imitando seu canto, é porque está agourando alguém ou então dando algum aviso de morte.
Salgar a Oncinha para Comer Carne, é nada mais do que pegar um pequeno inseto que cruza comumente as estradas e carreiros do sertão árido e prepara-lo para o encanto. Pegando-se um punhado de terra , polvilha-se sobre o inseto preto com branco, pronunciando as seguintes palavras: "Inseto, faz com que apareça carne sem demora!"
A Visita de Cova, na realidade, é uma devoção, e não crendice ou supertição, como muitos pensam. Consiste numa espécie de prêmio que se oferece a um morto, no sétimo dia, na esperança de que, por meio desta visita, a alma do falecido possa aproximar-se mais de Deus e ganhar o reino da glória ou, pelo menos, aliviar suas penas no purgatório.
A devoção é realizada em casa de família ou cemitério, onde são entoados cânticos fúnebres acompanhados de Pai - Nossos, e Ave-Marias.

Viremos mais uma página sobre o folclore de Jacobina do Piauí - "Vaqueiros e Vaquejadas". 
Os melhores e eternos vaqueiros deste chão jacobinense foram, sem dúvida alguma, os seguintes homens de pega de gado: Lourenço André de Carvalho, Abel André de Carvalho, Isídio (Dól), Francisco Valdivino Rodrigues, Adelino José Jovino, Abrão Alcino de Carvalho, Otacílio Josino de Carvalho, Gil Francisco da Silva, Raimundo Almeida.
Barbatão - As nossas matas criaram vários barbatões, onde o mais famoso foi o "Saia Branca" criado na mata do Botão. A palavra "botão" neste sentindo significa "logro" - pois, o boi saia branca era tão rápido que sumia de vista e embrenhava na matas e, somente dias depois aparecia em outros pontos da mata, porém, um belo dia ele caiu nas mãos dos bravos vaqueiros e assim forma todos os babatões da história de vaquejada do nosso município em tempos que já se foram.
Acabaram-se os barbatões e, lentamente o gado que se aglomerava em nossos tabuleiros e hoje, o que restam são casarões e os paus-a-pique dos velhos currais de fazendas.

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